Décio. Esse era o nome do canalha. É ca-la-ro que, como trouxa master que sou, quando me dei conta disso já era tarde, neam? Óbvio, óbvio. Tive com ele um caso relâmpago, aliás, relâmpago é o termo mais apropriado para definir a passagem meteórica deste cidadão pela minha vida. Ousaria até dizer que ele foi abduzido do planeta ou algo do gênero, porque N-U-N-C-A mais tive notícias do indivíduo. Digamos que ele era, hummm… interessante, vai. Bonitinho, uns pontinhos à frente do feinho arrumado. Nota 7, do tipo que passa de ano sem recuperação, mas raspando, sabe? Ou do tipo homem-miojo, que é sem gracinha, mas a gente sempre tem um na despensa? Então, esse aí! E como a maré não tava pra peixe, resolvi sublimar e olhar pros outros predicativos do rapaz, afinal, com fome, isopor é pipoca! [Play: A verdade é que nessa época eu não tinha muitos critérios. Stop.] Além disso, eu descobri que tenho um obsessor, o Jeremias – chamo de obsessor porque se fosse mentor me arrumava coisa boa -, que sempre resolve encarnar nessas horas, fazendo a rádio-cabeça cantarolar involuntariamente um “deixa que diga, que pense, que fale, deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem, eu não tô fazendo nada, você também…” Fã do Jair Rodrigues o desgraçado. Resultado? Lá vai a trouxa que vos escreve ceder às investidas do rapaz, cantando e sambando. [Play: Vai tomar no cu, Jeremias! Stop] E Dééécio inicia sua escalada e começa a ganhar pontos. Cheiroso e com aquele arzinho de cafa que, pra mim, é tempero indispensável em qualquer ser do sexo oposto. Assumo! Gostcho mesmo! Trouxa assumida, e daí? Resultado óbvio, óbvio, também: abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim. Dez minutos depois e eu já estava apaixonada pelo miojo que eu mencionei acima, porque a carne é fraca, né, gente?
Vou dormir suspirando e esperando aquele maldito telefonema que nem sempre vem. E não é que a minha ansiedade durou pouco? No dia seguinte recebo uma ligação do bonito me chamando pra sair, não é o máximo? Depilação, escova, roupa nova, perfume, tudo tinha que estar em ordem. Ele me pega em casa. Vamos pruma baladinha onde estavam a maioria dos meus amigos da faculdade. Cheguei me exibindo com o mocinho novo e pensando: dessa vez vai! O apresentei a todos os meus amigos, ficamos ali no maior love, até o momento em que Décio diz: “vou ao banheiro”. Ok, queridinho, vai lá. Dez, quinze, vinte minutos depois e nada do moçoilo voltar e eu já começava a ouvir as piadinhas: “Xiii, acho que ele foi embora, hein?”. Meia hora depois e eu não aguentava mais. Fui à caça do desaparecido! Rodei-ei a balada inteirinha e adivinhem? Nem sinal do desgraçado. Procurei até no banheiro feminino! Pois é, meninas, fui abandonada na balada, humilhada publicamente, tive minha reputação abalada diante de todos os meus conhecidos! O cara simplesmente evaporou, sem mais nem porquê. Até hoje, não faço a mais puta idéia! Nunca, em toda a minha experiência cafajezística, eu tinha ouvido falar em algo parecido! A tese mais plausível é que o filho da puta tinha namorada, e que viu na balada alguém que o comprometesse e, por isso, saiu na fina. Será? Na hora, fiquei arrasada, mas hoje sei o valor que tem o dinheiro pro táxi e pilhas pro vibrador. Décio, querido, quem perdeu foi tu, tatu! A fila anda, e rápido! Muáh!
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